Fitoterápicos

“Barbatimão da Folha Úmida”

Os estudos de Walter Mors em conjunto com Emília Tomassini mostram que os frutos da Dimorphandra mollis (barbatimão-da-folha-miúda) contém uma quantidade excepcional de rutina, vitamina importante no combate à fragilidade capilar. Comprovada a sua descoberta, as indústrias farmacêuticas, interessadas na obtenção da rutina, passaram a investir em grandes plantações da espécie, cujo desenvolvimento não apresenta muita dificuldade. A planta típica do cerrado em Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e São Paulo é conhecida pelos nomes: faveira, falso-barbatimão, cinzeiro, farinheiro, fava danta, enche- cangalha, faveiro-do-campo, farinha-seca, barbatimão-de-folha-miúda, faveiro.

 

A rutina é também encontrada no Sabugueiro (Sambucus nigra) árvore originária da Europa, África e Ásia Ocidental. Presente nas folhas e frutos, a rutina atua na permeabilidade capilar, tonificando os vasos capilares. É um produto natural obtido de plantas que ocorrem somente no Brasil, notadamente na Região Nordeste. A rutina é um bioflavonóide que possui a capacidade de promover o fortalecimento capilar, melhora a permeabilidade, sendo essencial para uma melhor absorção de vitamina C pelo organismo. A rutina combate a anti fragilidade capilar, age fortalecendo a estrutura da parede dos vasos sanguíneos; assim, é muito usada no tratamento e prevenção de pequenas varizes.

A identificação de compostos de efeitos interessantes abre dois caminhos. De um lado, torna-se possível alterar os trechos das moléculas responsáveis pela atividade biológica, de modo a potencializar sua ação. De outro, é uma fonte potencial de substâncias para serem modificadas por meio de sínteses mais simples que as atuais. É o que está ocorrendo com uma das substâncias caracterizadas por um grupo de pesquisadores da Unesp, a espectalina, um alcalóide piperidínico retirado da Cassia leptophylla, uma árvore ornamental de flores amarelas é o falso-barbatimão, que chega a 10 metros de altura, comum nas florestas de araucárias do Paraná e de Santa Catarina. Testada no DNA de fungos Saccharomyces cerevisiae, em células de ovário de macaco e de hamster, a espectalina provou ter uma ação antitumoral, com baixa toxicidade. Isolada em 1995 e retomada com o projeto Biota, a molécula original de espectalina torna-se assim um protótipo, a partir do qual se buscam outros compostos. “Descobrindo a estrutura original da molécula, poderemos pensar em modificações planejadas visando ao mapeamento das funções responsáveis pela ação antitumoral”, diz a pesquisadora Vanderlan da Silva Bolzani. Nessa empreitada, sua equipe conta com a colaboração do farmacêutico Eliezer de Jesus Barreiros, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em química medicinal.

 

Fonte:

http://www.padetec.ufc.br/VEGS-INFORM.HTM

http://www.agrov.com/vegetais/pla_tox/faveira.htm

Cientistas do Brasil, SBPC, 1998 página 335

acesso em junho de 2002

http://www.fapesp.br/ciencia518.htm

agosto de 2002