Deficientes Físicos

“Carteira para Deficientes Físicos”

Dez anos depois de depositar pedido de patente do projeto de carteira escolar para portadores de deficiência física, a UFMG recebeu, no início de março, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), a Carta Patente que outorga a propriedade do invento em território nacional. De autoria do projetista Paulo César de Carvalho, funcionário do Departamento de Planejamento e Projetos (DPFP) da Universidade, a carteira tem como principal inovação a capacidade de regulagem. “Ela pode ser utilizada por pessoas de todas as idades, já que sua estrutura se adapta a todos os tipos de cadeiras de rodas”, explica Carvalho. Primeira patente da UFMG registrada por um funcionário, a ideia da carteira surgiu a partir de pedido de ajuda de um funcionário do ICB que não sabia como acomodar um aluno usuário de cadeira de rodas. “Imaginei que esse não era um problema só na UFMG”, conta. O projeto final é facilmente ajustável às necessidades de usuários tetraplégicos, sejam crianças ou adultos. O modelo é acionado por um comando eletroeletrônico. A altura e inclinação do tampo podem ser ajustadas por meio de uma alavanca, tal com nos controles joy stik de videogames. “Prevendo o grau máximo de dificuldade, atendemos a todos os portadores de necessidades especiais”, garante Paulo César de Carvalho.

 

As formas e dimensões das carteiras convencionais obrigam os usuários a apoiarem cadernos e livros no colo ou sobre os braços da cadeira de rodas. O modelo desenvolvido na UFMG dispõe de bandejas para depósito dos objetos escolares, evitando o desgaste físico e cansaço muscular provocado pela constante busca dos materiais na mochila. Outra vantagem é o tampo com movimentos reclináveis, que pode ser travado em quatro diferentes posições. Além disso, o tampo tem frestas que prendem as folhas de papel, já que o usuário nem sempre consegue segurá-las ao escrever. Paulo César acredita que o modelo poderá ser industrializado para uso não só em salas de aula, mas também em escritórios e residências.

Apresentada em dezembro do ano passado na feira Sociedade Inclusiva – Melhor para Todos, promovida pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do governo do estado de São Paulo, a carteira despertou o interesse da indústria. “A Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG está buscando empresas interessadas no licenciamento para fabricação”, informa a professora Heloíza Helena Ribeiro Schor, coordenadora do Setor de Transferência de Tecnologia. A boa receptividade do invento na feira que reuniu tecnologias inclusivas indica que há demandas para o produto, acredita a professora. Ela destaca que o próprio evento teve como objetivo estimular a fabricação e a comercialização de produtos e serviços voltados para pessoas com necessidades especiais.

 

Fonte: UFMG obtém patente de carteira para portadores de deficiência física JB Online – jb.com.br

http://www.ufmg.br/online/arquivos/014800.shtml

cesso em março de 2010