Química

“Controle Automatizado de Temperatura de Reação”

Em uma indústria pesada, com a petroquímica, que produz matérias primas para a produção de plásticos e borrachas, os maiores investimentos são em escala e redução de custos. A OPP, grande empresa do setor petroquímico com operações em São paulo, Rio Grande do Sul e Bahia, pertencente ao grupo Odebrecht, encomendou ao IPT o projeto de um sistema de controle automatizado de temperatura de reação. O problema da OPP estava na produção de pvc (policloreto de vinil), material usado em tubos e conexões hidráulicas, por exemplo. A OPP/Trikem, unidade da empresa localizada em Camaçari (Bahia), buscava ganhos para otimizar o uso de seus equipamentos. Nos reatores de polimerização o mvc (monocloreto de vinil) é transformado em pvc. O equipamento é semelhante a uma panela de pressão. Dentro vão a matéria prima, a água e elementos para a reação. Esses reatores precisavam operar em menor tempo. O segredo estava na temperatura da reação, que apresentava dificuldade em se manter constante no patamar ideal. Além de reduzir o tempo este expediente garantiria um produto mais homogêneo. 

A OPP/Trikem já havia desenvolvido um dispositivo externo de troca de calor para dar uma condição melhor à reação, chamado condensador de refluxo. Ou seja, a temperatura já tinha como ser manipulada. Faltava um equipamento que identificasse a temperatura e desse ordens ao condensador de refluxo para a obtenção de controle total. Ele foi desenvolvido no IPT sob o comando do professor Agenos Fleury. O projeto envolveu cinco pesquisadores, sendo dois pertencentes à divisão de química. Eles contribuíram com o seu conhecimento de plásticos e os demais da área de simulação e controle. O primeiro passo foi o desenvolvimento de um modelo de polimerização de mvc. Depois a equipe desenvolveu um conjunto de software e hardware. O sistema é capaz de fazer automaticamente a aquisição de informações. processando-as o sistema habilita-se a dar ordens, com o objetivo de controlar a temperatura da reação. Basicamente ele aumenta ou diminui fluxos de água refrigerante em diversos pontos e retira gás do reator com o mesmo objetivo: controle de temperatura. 

A maior dificuldade mão foi construir o sistema “O mais complicado foi entender o processo industrial, cada uma de suas peculiaridades. Geralmente esta é a grande dificuldade da automação”, diz o professor Fleury. Os resultados acabaram superando as expectativas iniciais. o maior ganho foi a independência, isto é, a automatização completa do sistema. Antes o operador tinha que controlar algumas etapas manualmente. O ganho de tempo com o controle de temperatura ficou entre 20$% e 30%. Além do tempo reduzido, o produto passou a ter maior constância de qualidade “O sistema representa uma grande evolução em relação ao anterior, permitindo atingir mais facilmente a qualidade especificada para o pvc que produzimos, diz Lucien rebello, da OPP/Trikem. O direito de propriedade industrial e intelectual pertence às duas partes envolvidas. 

Fonte: 
Tecnologia & Inovação para a indústria, Sebrae, 1999, página 202
 
acesso em agosto de 2003
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