Eletrônica

Hardware Criptográfico

O roubo de identidade através do uso de sites falsos é, hoje, uma das maiores ameaças aos negócios na internet, em particular nas aplicações online. Atento a esses problemas, o Governo brasileiro procurou no mercado uma solução eficaz e acabou conhecendo a empresa carioca Tauá Biomática, reponsável pelo desenvolvimento do primeiro hardware criptográfico brasileiro, chamado ZYT. Só este mês já foram entregues 500 desses equipamentos a algumas procuradorias gerais do Governo. O equipamento é composto de sensor de impressão digital para identificação do usuário, um leitor de smart card para armazenamento da chave privativa e do certificado digital, um display de cristal líquido para exibir as transações e uma porta USB de comunicação com o PC. Tudo isso em uma peça que cabe na palma da mão.

 

O diretor da Tauá, Marcio Lima, afirma que não se pode confiar só no PC para visualizar a transação, pois nele não se pode garantir a veracidade do conteúdo. O grande diferencial do ZYT é que, além de permitir o certificado digital do smart card, o aparelho garante mais uma certificação no seu interior. Outra vantagem é que ele não pode ser clonado, pois a máquina tem uma chave única para cada dispositivo. “Dessa forma, se alguém tentar realizar a operação com outra leitora, a ação será frustrada, porque a outra ponta exigirá a assinatura daquele ZYT específico”, explica Lima. Mesmo assim, se a violação for feita, a máquina apagará automaticamente a chave e o certificado. Baseada na mesma tecnologia, a Tauá Biomática está lançando este mês uma plataforma de autenticação inédita no País, a Comprehensive Authentication Platform (CAP), que abrange as últimas tecnologias de identificação online, como certificação digital, criptografia e até biometria. A nova plataforma é dotada de um processador de alto desempenho que garante a segurança entre PCs , celulares, servidores e a web. O sistema está conectado por um lado à internet ou intranet e, do outro, aos servidores de aplicação e web.

 

Toda comunicação entre os servidores e os módulos dos clientes (PCs ou celulares) é feita através do sistema, que executa os algoritmos de criptografia (sigilo) e hash (integridade), com a verificação das assinaturas digitais e, opcionalmente, o algoritmo de reconhecimento de impressão digital (autenticidade). Entre as principais aplicações do sistema, Lima aponta as operações de internet banking, e-commerce, , aplicações e certificações governamentais, seguradoras, benefícios eletrônicos – como tíquetes refeição, alimentação e combustível ,e seguros saúde e cartões de fidelidade. Lima observa que, embora existam hoje diversas tecnologias para defesa da identidade do usuário da internet e de aplicações online, a complexidade das soluções e seus custos elevados que inibem a utilização em larga escala. Além dos investimentos em equipamentos mais robustos para tratar os algoritmos de criptografia, reconhecimento de impressão digital e dos formatos das transações assinadas digitalmente, as empresas precisam ainda fazer modificações nas aplicações, o que acaba elevando os custos e alongando os prazos de implantação dessas soluções. Lima conta que a Tauá – empresa que pertence ao grupo Aurizônia Empreendimentos, que detém investimentos nas áreas de petróleo, mineração, navegação e empreendimentos imobiliários – tem previsão de faturar R$ 15 milhões este ano e está prospectando novas oportunidades de negócios e de parcerias no mercado.

 

Fonte: Empresa carioca cria hardware criptográfico Fonte:JORNAL DO COMÉRCIO 26/9/2005