Agropecuária

Irrigás

Imagine um produto simples, barato e capaz de indicar ao agricultor o momento certo de irrigar sua cultura. É o Irrigás, um aparelho desenvolvido pelos pesquisadores Adonáis Gimenez Calbo e Washington Silva da unidade Hortaliças da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que foi apresentado na III Exposição de Tecnologia Agropecuária – Ciência para a Vida. Há dois modelos de Irrigás, um para agricultores e outro para uso doméstico. O primeiro é composto de uma vela de cerâmica porosa, as mesmas que são usadas nos filtros de água, que é ligada a um cilindro de vidro por um pedaço de tubo flexível transparente. O cilindro de vidro é que deve ser colocado dentro de um recipiente com água. Segundo Calbo, a vela deve ser enterrada próxima às plantas a uma profundidade entre 15 e 30 centímetros preferencialmente na posição vertical. Quando o solo está úmido a vela consequentemente está molhada. Isso impede a passagem do ar não havendo a sucção da água onde está o cilindro de vidro. Isso indica que o solo está úmido não havendo a necessidade de irrigação. Quando o solo estiver seco, o ar passa através dos poros da vela ocorrendo a sucção da água do recipiente onde está o cilindro o que indica que a umidade do solo está baixa precisando ser irrigado.

 

O modelo doméstico, também denominado de “regador automático para plantas”, baseia-se no mesmo princípio. É constituído por um reservatório de água com uma saída porosa. Ele é colocado dentro do vaso com a planta. “Num vaso de cinco litros, o reservatório do Irrigás deve ser de 250 ml”, explica Calbo. Nesse caso, o sistema de irrigação é automático mantendo a terra úmida por cerca de duas semanas. “Com esse aparelho, as donas de casa podem viajar tranquilas”, diz Calbo. Um detalhe importante destacado pelo técnico é que o equipamento não oferece perigo de desenvolvimento de mosquito da dengue, porque a água não escorre para o prato do vaso. O Irrigás foi concebido com o intuito de que se tenha um mecanismo que controle a irrigação das culturas, evitando que haja falta ou excesso de água. Além disso, permite economia de energia e até de mão-de-obra, nos casos de irrigação manual feita em pequenas propriedades. A princípio, o aparelho visa beneficiar a cadeia produtiva de hortaliças, podendo ser empregado ainda na produção de grãos e fruticultura. Hoje, existe o tensiômetro, um aparelho que realiza esse processo. Mas, de acordo com Calbo, os agricultores não o utilizam porque é caro e de difícil manuseio.

 

Fonte: http://www.radiobras.gov.br/abrn/c&t/2002/materia_030502_4.htm

acesso em maio 2002