Pequenas Empresas

Lavagem de Carros a Seco 2

Não foi por acaso que o publicitário Lito Rodriguez,35, tornou-se um empreendedor de sucesso. A estreita ligação com o universo dos negócios começou em 1986, aos 18 anos, quando decidiu trabalhar em uma grande indústria familiar no ramo de móveis. Neste período resolveu fundar juntamente com mais dois sócios, sua primeira loja também do ramo de móveis e decoração. Mas após três anos resolveu vender sua parte aos outros sócios, pois não enxergava possibilidades de inovação e oportunidades de crescimento. Continuou a se dedicar com exclusividade à indústria familiar até o inicio de 93. Durante um ano, até meados 94, dividiu com outro sócio o comando de uma fábrica de fundição de estanho. Por diferenças de conceitos de administração, a sociedade acabou sendo dissolvida. No final do mesmo ano convidou um amigo para instalar em um bairro nobre da capital paulista uma franquia de uma empresa que se propôs a criar uma grife de lava-rápido. Quando começou a operar a referida franquia, enxergou que neste segmento de mercado faltava profissionalismo. Pouco tempo depois ocorreu a falência desta empresa franqueadora. Mais uma vez o feeling apurado do jovem empreendedor não falhou.Usando uma batedeira da sogra – a peça é guardada até hoje como relíquia – e com a colaboração de químicos, fornecedores de matérias-primas e muita pesquisa pessoal, Lito conseguiu obter uma fórmula que dispensava o uso total de água na lavagem de veículos. Nascia uma empresa que quebrou paradigmas ao oferecer o primeiro serviço de lava-rápido e com total disposição para preservar o meio ambiente. Vale ressaltar que o empreendedor patenteou o conceito DryWash pouco tempo depois.

A DryWash Indústria e Comércio foi fundada no início de 1996. Sua função é oferecer à rede cerca de 95% dos produtos utilizados na conservação e higienização dos veículos. Neste período foram promovidos minuciosos testes de aplicação do processo DryWash. A empresa conseguiu aval de revistas especializadas e de fabricantes de tintas automotivas – leia-se Basf Glasurit e Renner Du Pont. Dois anos depois (1998), iniciou-se o processo de franquias do Sistema DryWash de Limpeza, Conservação e Restauração Automotiva. No primeiro ano eram apenas duas unidades, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro. Atualmente, a DryWash conta com 190 unidades franqueadas, instaladas em importantes cidades do país. 

A tarefa de lavar o carro sempre fez os proprietários torcerem o nariz. Por dois motivos: a bagunça que a água e o sabão fazem na garagem ou a falta de espaço e tempo para limpar o veículo. Lito Rodriguez, dono da empresa Dry Wash, resolveu os dois problemas de uma só vez. Desenvolveu produtos para lavar carros a seco e abriu lava-rápidos em estacionamentos de shoppings, supermercados e condomínios. Uma grande jogada num segmento que já parecia saturado. Ao levar o serviço de lavagem a seco para os shopping centers, Rodriguez descobriu um público-alvo de maior poder aquisitivo e um fluxo enorme de veículos. E não costuma pagar muito pelo ponto. Entre aluguel e condomínio, a média de custo do Dry Wash nos shoppings é de R$ 3 mil. Só para comparar, uma loja de shopping paga, em média, o dobro pelos mesmos itens. Hoje, a rede Dry Wash lava cerca de 50 mil carros por mês e conta com 130 unidades de atendimento no Brasil, todas bem localizadas. “Além de acertar no ponto, é preciso acertar no perfil do negócio. Temos operações pequenas, em edifícios com 100 carros, mas que atendem a expectativa do franqueado e do público”, diz Rodriguez. 

Apesar do sucesso de sua empresa ser baseado na escolha dos pontos de negócio, Rodriguez conta que a localização de seu primeiro lava-rápido não era lá muito privilegiada. Ele abriu, aos 26 anos, a primeira loja, nos moldes tradicionais de água e sabão, na Zona Oeste da capital paulista em 1994. Vendeu tudo o que tinha: carro, relógio, aparelho de som. “Busquei até centavos no bolso do paletó”, lembra o empresário. “Mas depois das cinco da tarde, não passava ninguém no lava-rápido”. Foi a partir daquela experiência e da vontade de expandir a empresa que veio a idéia de criar produtos que permitissem a lavagem a seco dos veículos. O primeiro franqueado da Dry Wash, no Rio, foi convidado a abrir uma unidade num pequeno shopping e a tentativa deu certo. “Em seguida, repetimos o modelo em São Paulo”, conta o empresário. Hoje, são 70 unidades Dry Wash só em shoppings e supermercados. A rede de lava-rápidos fatura R$ 20 milhões por ano. O grupo ainda tem a Dry Wash Air (produtos de limpeza para aviação), a Dry Wash Corporate (produtos para empresas de limpeza de orelhão, fachadas de prédios, máquinas industriais e vagões de trem) e a Dry Wash Franchising (administradora das franquias), que, juntas, rendem R$ 5 milhões ao ano. Rodriguez ligará pontos ainda mais distantes a partir de dezembro. Ele se prepara para inaugurar duas lojas Dry Wash em shoppings de Portugal e negocia com México e Austrália os próximos empreendimentos. “Depois vamos tentar o mercado norte-americano”, diz. A meta é aumentar o faturamento para R$ 100 milhões, em 2010.

Em 1997, começou a vender seus produtos no varejo, mas desde 1994 já testava um lava-rápido que só utilizava sua invenção. Naquele momento, Lito ainda não tinha credibilidade, mas foi aí que a sorte bateu à sua porta. Uma reportagem publicada na Revista Quatro Rodas, sem que Lito soubesse, testava e confirmava a eficiência do sistema. Com esse empurrão, em 1998 a empresa saiu do verejo para virar uma franqueadora de lava-rápidos. Hoje, a rede conta com quase 120 franquias em 17 estados brasileiros, lava 70.000 carros por mês e faturou 17 milhões de reais em 2001. Os números poderiam ser maiores, não fosse o perfeccionismo de Lito. “Poderia ter chegado facilmente a 2.000 franqueados, mas minha idéia é que o patrimônio do cliente receba o mesmo tratamento em cada unidade existente no país.” Na DryWash, a responsabilidade com os clientes e com o meio ambiente está sempre em primeiro lugar. Além de não gastar uma gota de água – numa lavagem tradicional usam-se 580 litros gastos – , o sistema não usa materiais tóxicos. Mais um detalhe, enquanto os tradicionais consomem de 1.800 a 2.000 KVA de energia por mês, uma unidade da DryWash gasta de 8 a 10. Lito pagou um preço alto por tudo isso. Até o ano 2.000, trabalhava 16 horas por dia, sete dias por semana. “Nos seis primeiros anos do empreendimento, não vi meus amigos e deixei de ver meus filhos crescerem”, diz. “Hoje trabalho menos para estar mais perto deles”. Lito se orgulha muito da equipe que formou e não deixa de citá-la como parte importante de sua conquista.

Fonte: 
http://www.endeavor.org.br/br/empreendedores/brasil/drywash/default.htm
 
http://www.endeavor.org.br/br/empreendedores/brasil/drywash/news_05.htm
http://www.drywash.com.br/
 
acesso em outubro de 2005
 
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