Fitoterápicos

Maracujá

A primeira referência ao maracujá, no Brasil, foi em 1587 no Tratado Descritivo do Brasil como “erva que dá fruto”. O historiador Câmara Cascudo registra as impressões dos primeiros naturalistas a descobrirem o maracujá: “O odor e o sabor dos frutos são agradáveis e suaves”, informa Marcgrave. Abbeville dissera: “É muito bom ao paladar”. O travo de acidez mereceu sempre os elogios letrados. Entre os indígenas tupis era comum ver-se a trepadeira nas vizinhanças das malocas. Passou abundantemente à África.”. Essa planta, considerada extraordinária pela conformação de suas rubras flores, foi mandada de presente ao Papa Paulo V (1605-1621), que mandou cultivá-la com grande carinho em Roma e divulgar que ela representava uma revelação divina. Devido à beleza e à característica física de suas flores, a planta foi relacionada com a “Paixão de Cristo”. Desse detalhe surgiu o nome do seu gênero botânico, sendo “passio” (gênero Passiflora) o equivalente a paixão e “flosoris” o equivalente a flor. No folclore popular nordestino conta-se que quando Jesus estava na cruz, seu sangue ia escorrendo pela madeira e molhava o chão. No pé da cruz tinha uma planta que nunca deu flor e não tinha nenhuma virtude. Quando o sangue molhou a planta, ela soltou um botão, o botão virou flor e a flor trazia todos os sinais da crucificação. Essa planta tem o nome de planta da paixão, que a gente chama também de maracujá: “E havia junto da cruise, Um pé de maracujá, Carregadinho de frô, Aos pé de nosso sinhô. I o sangue de Jesus Cristo, Sangui pisado de dô, Nus pé du maracujá, Tingia todas as frô.”

 

Maracujá, na língua tupi, quer dizer “alimento dentro da cuia”. O maracujá pertence à família das Passifloraceas, que possui no Brasil cerca de 150 espécies nativas. Aproximadamente 60 destas espécies possuem frutos comestíveis. É uma planta trepadeira, muito vigorosa, dotada de fortes gavinhas usadas para se prender por onde caminha. Suas flores, de formas e cores variadas, são muito importantes na atração de insetos polinizadores. Nativa do Brasil e do Peru, esta planta pode ser encontrada em várias regiões do globo. O suco do maracujá é refrescante, calmante, diurético, depurativo do sangue e estimulante do estômago. Tem ação especial nos casos de diabete, obesidade, gota e pressão alta. Na medicina caseira, tem muitas aplicações. Em infusão, as folhas do maracujá são recomendadas para combater alcoolismo crônico, asma, bronquite, coqueluche, diarreia, convulsão infantil, dor de cabeça de origem nervosa e infecção das vias urinárias. Dessa forma, tem também ação diurética. Recomenda-se o chá das folhas do maracujá como sedativo em casos de insônia e histeria, por provocar o sono naturalmente, sem produzir depressão nervosa. Popularmente, utilizam-se as sementes cruas e secas do maracujá como vermífugo. Pessoas que têm pressão baixa devem evitar o consumo desta fruta. As propriedades citadas no texto estão, fundamentalmente, nas folhas e na casca do fruto. O suco da fruta é apenas um saudável e saboroso refrigerante

 

Fonte:

http://www.professorberti.hpg.ig.com.br/plantasmedicinais/PLANTMNOP.htm

http://jangadabrasil.com.br/abril20/cp20040b.htm

http://www.maracuja.com.br/body_historia.htm

acesso em julho 2002