Automóveis

Motor do Novo Corsa

A General Motors reformulou totalmente o Corsa, chamando-o apropriadamente novo Corsa. Há tempos que não se mexe com tal liberalidade num produto. A GM no Brasil é contida nestas posturas, mas discrepou no novo Corsa. Dois dados importantes: um engenheiro, especialista em motores a álcool, resolveu ampliar os parâmetros de leitura eletrônica da ignição e levou ao Carlos Buechler, diretor de engenharia, a sensação de um bom caminho tecnológico. Buechler, técnico respeitado, resolveu bancar a independência. 

Da certeza do pesquisador e da sensibilidade do superior, que tomou um caminho pouco usual nesta época de globalização, que anula e dissolve a tecnologia nacional, surgiu uma invenção brasileira, o motor a gasolina, de produção em série com a maior taxa de compressão. Inacreditáveis 12,6:1. Deram-lhe uma potência publicitária, 71 cv, para ser citado como o 1,0 de oito válvulas mais potente do mercado — e com 1 cv a mais que os 16V de alguns concorrentes. Uma exigência de marketing, pois comprador não sabe para o que serve potência, ou o que seja uma válvula. Mas, por lógica publicitária, quanto maiores os números, provavelmente melhor o resultado.

Além deste motor, que abrirá um novo caminho tecnológico, há outro, de 1,8 litro. Outra conquista de engenharia, só existente no Brasil — esta família está defasada em duas gerações em relação à Europa, mas lá eles não conseguiram a proeza — que foi estender a Família I, que se inicia em 1,0 e ia até 1,6, até 1,8. Aumento de diâmetro nos pistões e um novo virabrequim usinado excentricamente permitiram o ganho de deslocamento. Com o aumento do curso, ampliou-se o torque. Na prática, uso agradável, sem troca-troca de marchas. Apesar da potência ser publicitariamente modesta, 102 cv, menor que os concorrentes, o que vale são os 16,8 m.kgf a 2.800 rpm. A distância entre os cilindros ficou tão reduzida que mereceu uma junta especial. Mas o motor pesa 30 kg a menos que o 1,8 Família II, o do Astra.

Fonte: http://www.uol.com.br/bestcars/nasser/120n.htm 
acesso em março de 2003
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