Fitoterápicos

Pariparoba

Também conhecida como capeba, catajé, malvarisco e manjerioba, a pariparoba (Pothomorphe umbellata) é uma planta nativa do solo brasileiro, ocorrendo desde a Amazônia até o Rio de Janeiro. É uma planta arbustiva, que alcança até 1,5m de altura, com ramos estriados e com pelos. Suas folhas são ovaladas, arredondadas ou em forma de rim. Possui flores minúsculas que se distribuem em espigas de até 10cm de comprimento. Indicações e Usos: Da pariparoba utilizam-se folhas, raízes e caules com fins medicinais. Os chás das raízes e folhas estimulam as funções estomacais e hepáticas, favorecendo a digestão, além de funcionar como diurético. Já o decoto de caules e folhas aliviam febres e afecções nas vias respiratórias. O cataplasma das folhas age em queimaduras superficiais, furúnculos e dores de cabeça. Também pode ser usada na fitocosmética: em xampus, garante o brilho dos cabelos.

 

Diz a lenda que a cura do câncer e outras grandes doenças da humanidade pode estar escondida na Amazônia. Talvez. Pesquisadoras da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo comprovaram, entretanto, que para tirar proveito da biodiversidade nem sempre é preciso se embrenhar na mata. Elas descobriram na pariparoba, uma insuspeita plantinha da mata atlântica, facilmente encontrada nos Estados do Sudeste e até mesmo no campus da universidade, um composto capaz de proteger a pele dos efeitos nocivos de raios ultravioleta do Sol. A descoberta já foi patenteada e o seu uso licenciado para a Natura, que ganhou o edital público aberto em setembro. “A empresa achou interessante ter algo muito parecido com a vitamina E, mas oriundo de uma fonte natural, da biodiversidade brasileira”, disse o pesquisador Jean Luc Gesztesi, da Natura. As propriedades da molécula isolada da pariparoba são semelhantes às da vitamina sintética, muito usada como agente antioxidante em cremes contra o envelhecimento da pele.

Testes realizados com camundongos demonstram que o composto (4-nerolidilcatecol), quando aplicado sobre a pele, protege contra a ação de raios ultravioleta do tipo UVB. Como ele faz isso, os cientistas ainda não sabem. Mas pretendem descobrir. “Não temos certeza se o composto impede a divisão celular ou simplesmente bloqueia a radiação”, explica a pesquisadora Silvia Berlanga de Moraes Barros, coordenadora do projeto. “O que sabemos é que, quando a radiação é aplicada, a epiderme não fica mais espessa. E isso é bom sinal.” Silvia refere-se ao processo pelo qual a divisão celular é acelerada quando em contato com a radiação solar, tornando a pele mais espessa e produzindo radicais livres em excesso – o que, a longo prazo, acelera o envelhecimento e pode causar câncer de pele.

 

Fonte:

http://www.professorberti.hpg.ig.com.br/plantasmedicinais/PLANTMNOP.htm

acesso em julho 2002

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO DATA: 12/11/04           ON-LINE, Herton Escobar, Pariparoba, um novo aliado da pele