Indústria Bélica

Radar Saber X60

Um modelo compacto de radar para uso militar e controle de tráfego aéreo foi desenvolvido pelo Centro tecnológico do Exército (CTEX) em 2008. Batizado de Saber X60, o radar brasileiro, que teve como coordenador do projeto o tenente-coronel do CTEX Roberto Castelo Branco Jorge, tem capacidade para identificar a presença de aeronaves e helicópteros em baixa altitude, ou seja, até cinco mil metros. A identificação é feita através de um sistema de emissão de frequência de rádio. O projeto contou com o apoio da FINEP no valor de R$22 milhões. Os recursos são do Fundo Setorial Aeroespacial. O próximo passo da equipe do CTEX é desenvolver um radar de maior porte capaz de rastrear uma área de até 240 km, para ser usado da defesa do espaço aéreo brasileiro. , contando com recursos FINEP no valor de R$ 22 milhões adicionais, com conclusão prevista para o final de 2009.

 

As pesquisas foram realizadas pelo CTEX em parceria com a empresa Orbisat de São José dos Campos, especializada em sensoriamento remoto, produtos eletrônicos e radares de vigilância aérea e terrestre. Segundo o tenente coronel Castelo “Eles já detinham a tecnologia do radar que é embarcado em aviões para fazer fotografia. Nós juntamos esse conhecimento com a experiência do Exército na área de defesa”. Por ser portátil e de fácil manuseio o radar compacto pode ser montado e desmontado em apenas 15 minutos, ideal para defesa de instalações estratégicas como usinas nucleares, hidrelétricas e refinarias e em eventos nacionais e internacionais que exijam segurança e onde qualquer falha poderá comprometer a imagem do país. O protótipo do radar, que está em vias de comercialização, foi utilizado pela primeira vez no Brasil durante os Jogos Pan Americanos no Rio de Janeiro de 2007, instalado na Vila Militar da Zona Oeste da cidade.

Segundo o tenente coronel castelo após a identificação do alvo pelo radar, as informações são processadas por um software e transmitidas em tempo real a um Centyro de Operações de Artilharia Antiaérea, integrante do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro.

Além de fornecer a localização exata de cada aeronave que esteja sobrevoando a área vigiada, o sistema informa o modelo do equipamento e ainda diz se é uma aeronave amiga ou inimiga. No caso de avião comercial, também é identificado o nome da companhia aérea. O mercado de radares no Brasil, dominado por equipamentos importados gira em torno de US$ 1 bilhão. O custo do equipamento desenvolvido pelo CTEX poderá ser até 30% menor que os similares importados. A disponibilidade de peças de reposição no caso de problemas com o equipamento também reduz em até 50% os custos atuais com manutenção, atualização e modernização do radar importado. Do ponto de vista militar e da segurança nacional trata-se de um equipamento estratégico para as forças armadas.

Em virtude da lacuna existente na artilharia antiaérea do País decorrente da falta de radares, sobretudo de sensores portáteis capazes de prover a mobilidade necessária a acompanhar mísseis antiaéreos de ombro, a 1ª Bda AAAe elaborou e encaminhou à 4ª Subchefia ao Estado-Maior do Exército, no início de 2004, uma proposta de Requisitos Operacionais Básicos para um sistema de tal monta. As profícuas discussões e o acurado estudo de sistemas existentes no mercado culminaram com a publicação pelo EME dos ROB 01/05, Sensor Radar de Defesa Antiaérea de Baixa Altura, em julho de 2005, marco inicial para a definição do produto a ser desenvolvido. Definidas as necessidades operacionais com clareza, partiu-se para a obtenção dos recursos. O Projeto M01.00 é fruto de parceria entre o Exército Brasileiro e o Ministério da Ciência e Tecnologia, com aportes financeiros provenientes da FINEP (Financiadora de Estudo e Projetos do MCT) e execução administrada por convênio travado entre o Departamento de Ciência e Tecnologia e a gestora do Projeto, a Fundação Ricardo Franco. O Centro Tecnológico do Exército e o Instituto Militar de Engenharia são, respectivamente, executor e co-executor do Projeto M01.00. O CTEx, por caber toda a gerência e administração dos recursos do Programa, é, sem dúvida, o foco central dos desenvolvimentos do Projeto M.01.00.

A primeira fase do Programa do Projeto M01.00, o desenvolvimento, prevê a entrega de dois Protótipos, o Experimental (PE), em fase final de conclusão (outubro de 2006), e o Operacional (PO), a ser concluso até abril de diferença entre o PE e o PO reside no robustecimento dos componentes do sistema. A segunda fase do Programa do Projeto M01.00, produção do lote piloto de 05 (cinco) unidades, está prevista para agosto de 2007, com término em dezembro de 2008. Estabelecidos os requisitos e de posse dos recursos disponíveis, surgiu uma proposta factível de execução num prazo muito curto para um projeto desta natureza. A intenção do Projeto M01.00 é criar uma estrutura sistêmica capaz de integrar os subsistemas da artilharia antiaérea: sistema de controle e alerta, onde se encaixam os meios de detecção por radar, sistema de comunicações, que são meios de transmissão dos dados para os sistemas finalísticos, os sistemas de armas. O quarto sistema, o logístico, também foi contemplado com amplo estudo para suprimento de sobressalentes e fácil manutenção em campanha, baseada em estrutura modular para redução do tempo médio para reparos (MTTR – Mean Time to Repair) e em consonância com os escalões de manutenção do EB; a catalogação também é compatível com o nosso modelo.

A dimensão e diversidade climática do País, somadas ao requisito de emprego do Sensor Radar por tropas estratégicas, resultaram na mobilidade, flexibilidade e facilidade de transporte do Sistema, amoldando o Sensor Radar à estratégia da “presença seletiva”. Por isso, a proposta do sistema do Sensor Radar visa a atender não apenas à detecção de alvos, função precípua do radar, mas também ao domínio de todo o ciclo de informações com meios eletrônicos automatizados, agilizando a tomada de decisão dos escalões de comando e controle de artilharia antiaérea em tropas de naturezas diversas.

Fonte:

Inovação em pauta, n.2, maio 2008, FINEP, págs. 47-48

http://www.1bdaaaae.eb.mil.br/Artigo%20Bda%20AAAe.htm

Acesso em junho de 2008