Fitoterápicos

Sangue de Drago

A corticeira (Erythrina crista-gaili) é uma Árvore alta, pouco espinhosa. Folhas compostas, oval-lanceolados. Flores cor de coral brilhante, axilares, em número de duas ou três, pendentes, com o estandarte oval-alongado enrolado e recurvo. Durante a florescência a corticeira não fica despida das suas folhas. A madeira, muito leve, é usada para boias de redes de pescar, jangadas, etc.

Há também outra espécie de corticeira, conhecida pelos nomes de ceibo, mututi (Breves), tinteira (Belém). Esta possui madeira mais forte e flores amarelo alaranjadas. Das incisões da casca desta espécie escorre um líquido vermelho como sangue, límpido, cujas gotas se coagulam e constituem o “sangue de drago”, empregado como adstringente. Em 1997, a Shaman conseguiu a patente do princípio ativo de uma planta conhecida como Sangue de Drago. Nós catálogos de botânica essa planta leva o nome de Croton lechieri. O gênero é comum no Peru, Equador e Brasil, onde é encontrada em matas secundárias, nas zonas úmidas e alagadas. Índios de diferentes tribos costumam usar seu látex como medicamento cicatrizante e anti-viral, aplicável nos casos de doenças pulmonares, herpes genital e holsten.

 

A Shaman registrou o princípio ativo da planta, um alcalóide chamado taspina, que não é sintetizável em laboratório mas somente extraído a partir do látex. Pretende empregá-lo, também, em medicamentos usados na terapia da diabetes e da diarreia associada ao vírus da AIDS. Sua estimativa é de um mercado potencial de 26 milhões de pessoas, apenas no continente americano. Como as reservas naturais da planta estão abaixo da linha do Equador, a Shaman projetou uma vasta plantação de Croton no Mato Grosso, para abastecer seu laboratório californiano. Chegou a treinar índios da região nos métodos de extração do látex, aperfeiçoados a partir da técnica tribal.

No final do ano de 1997, optou pelo recuo no empreendimento até a aprovação da lei de biodiversidade pelos congressistas do projeto da senadora Marina Silva (PT-AC) . A empresa comunicou sua decisão à comissão parlamentar que investigou casos de biopirataria no País.

Aparentemente, preferiu o custo da espera, diante de potenciais riscos numa atividade ainda sem lei, onde a pirataria prevalece. Manteve coerência com seu método singular de operação nas áreas indígenas, com os princípios da Convenção da Biodiversidade. Ao contrário da maioria, que simplesmente se apropria dos recursos genéticos e conhecimentos associados, a Shaman mantém uma fundação para distribuir às tribos envolvidas os benefícios econômicos resultantes de suas pesquisas. Mas retém a propriedade intelectual integral sobre os medicamentos que produz. E não vincula as atividades da sua fundação com as das quais extrai os conhecimentos que lhe permitem chegar a novas drogas.

A resina vermelha ou “sangue” tem uma longa história de uso indígena nas florestas tropicais da América do Sul. O relato mais antigo data do início do século XVII quando o explorador espanhol P. Bernabé Cobo, descobriu que os poderes curativos da planta eram largamente conhecidos pelas tribos indígenas do México, Peru e Equador. Por séculos a seiva foi usada sobre feridas para estancar sangramentos, acelerar a cura e proteger de infecções. A seiva seca rapidamente e forma uma barreira como uma segunda pele. Outros usos indígenas incluem febres intestinais, sangramentos pós-parto e desordens da pele.

 

Fonte: http://www.angelfire.com/nt/medicinal/EMC43.htm

http://www.amazonialegal.com.br/AmazoniaLegal/textos/Economia_Extrativismo_Vegetal.htm http://www.rain-tree.com/sangre.htm

 

acesso em fevereiro de 2002