Software

Spring

Gilberto Câmara trabalho no INPE desde 1980, e foi um dos criadores da Divisão de Processamento de Imagens (DPI), tendo sido seu chefe entre 1991 e 1996. Foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do sistema SPRING, que compõe uma solução atualizada e adequada para a implantação da tecnologia de Geoprocessamento no Brasil. Desde Outubro de 2001, é Coordenador-Geral de Observação da Terra no INPE.

O desenvolvimento de uma nova geração de sistemas de processamento, de imagens e geoprocessamento no INPE, iniciou-se em 1991, e teve seu primeiro resultado concreto em 1993, com o lançamento da versão 1.0 do SPRING (Sistema para Processamento de Informações Geo referenciadas). A evolução do sistema SPRING durante os anos levou ao lançamento em 1996 da versão 2.0, em maio de 1998 a versão 3.0 (Windows), em outubro de 1998 a versão 3.1.1, em janeiro de 1999 a versão 3.2 (Windows), em maio de 1999 a versão 3.3 (Windows), em maio de 2000 a versão 3.4 (Windows) e em março de 2001 a versão 3.5 (Windows e Linux). O SPRING é um sistema inovador, projetado inicialmente para redes de estações de trabalho baseadas na arquitetura RISC e ambiente operacional UNIX. Desenvolvido usando técnicas avançadas de programação, o SPRING combina interface altamente interativa, usando o “X Window System” e padrão de apresentação OSF/MOTIF.

 

O SPRING é um GIS no estado-da-arte com funções de processamento de imagens, análise espacial, modelagem numérica de terreno e consulta a bancos de dados espaciais. O SPRING é um projeto do INPE/DPI – Divisão de Processamento de Imagens com a participação de: EMBRAPA/CNPTIA- Centro Nacional de Pesquisa Tecnológica em Informática para Agricultura; IBM Brasil – Centro Latino Americano de Soluções para Ensino Superior e Pesquisa; TECGRAF – PUC Rio – Grupo de Tecnologia em Computação Gráfica da PUC-Rio e PETROBRÁS/CENPES – Centro de Pesquisas “Leopoldo Miguez”.

 

O SPRING apresenta um conjunto de novos algoritmos e procedimentos inovadores, resultantes dos projetos de pesquisa do INPE e seus parceiros. Entre os algoritmos de processamento de imagem destacam-se a leitura de imagens LANDSAT, SPOT, ERS-1 e NOAA/AVHRR; registro e correção geométrica; mosaico de imagens com equalização dos níveis de cinza; realce por manipulação de histograma; filtragem espacial; transformações IHS e componentes principais; operações aritméticas; classificadores estatísticos pixel a pixel; segmentação de imagens e classificadores por regiões (supervisionado e não supervisionado); restauração de imagens LANDSAT e SPOT; filtros morfológicos para imagens; modelos de mistura; técnicas markovianas para pós-classificação de imagens e processamento de Imagens de Radar.

Para alcançar estes objetivos, o SPRING é baseado num modelo de dados orientado a objetos, do qual são derivadas sua interface de menus e a linguagem espacial LEGAL. Algoritmos inovadores, como os utilizados para indexação espacial, segmentação de imagens e geração de grades triangulares, garantem o desempenho adequado para as mais variadas aplicações. Outra característica, considerada extremamente importante, é que a base de dados é única, isto é, a estrutura de dados é a mesma quando o usuário trabalha em um micro computador (IBM-PC) e em uma máquina RISC (Estações de Trabalho UNIX), não havendo necessidade alguma de conversão de dados. O mesmo ocorre com a interface, a qual é exatamente a mesma, de maneira que não existe diferença no modo de operar o produto SPRING.

O programa conta ainda com análise geográfica (digitalização, edição e geração de topologia; conversão matriz de/para vetor de mapas temáticos; mosaico; mapas de distância; tabulação cruzada); modelagem digital de contorno (digitalização de amostras; geração de grades regulares; geração de grades triangulares (TIN), com a inclusão de restrições.; plotagem de contornos; cálculo de mapas de declividade e exposição de vertentes) e modelagem de redes (digitalização de linhas e nós de uma rede; modelagem da rede – Associação com objetos e definição de impedâncias e demandas; cálculo do custo mínimo, alocação de Recursos; análise de Localização – P-Mediana).

As operações de consulta e manipulação de dados geográficos constituem a essência de um SIG, ao diferenciar o Geoprocessamento de tecnologias como Cartografia Automatizada e Projeto Auxiliado por Computador. O que distingue um SIG de outros tipos de sistemas de informação são aquelas funções que possibilitam a realização de análises espaciais (geográficas). Tais funções utilizam os atributos espaciais e não espaciais das entidades gráficas armazenadas na base de dados espaciais; buscando fazer simulações (modelos) sobre os fenômenos do mundo real, seus aspectos ou parâmetros. O aspecto mais fundamental dos dados tratados em um SIG é a natureza dual da informação: um dado geográfico possui uma localização geográfica (expressa como coordenadas em um mapa) e atributos descritivos (que podem ser representados num banco de dados convencional). Outro aspecto muito importante é que os dados geográficos não existem sozinhos no espaço: tão importante quanto localizá-los é descobrir e representar as relações entre os diversos dados.

Os objetivos do projeto Spring são os de construir um sistema de informações geográficas para aplicações em Agricultura, Floresta, Gestão Ambiental, Geografia, Geologia, Planejamento Urbano e Regional; tornar amplamente acessível para a comunidade brasileira um SIG de rápido aprendizado; fornecer um ambiente unificado de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto para aplicações urbanas e ambientais; ser um mecanismo de difusão do conhecimento desenvolvido pelo INPE e seus parceiros, sob forma de novos algoritmos e metodologias.

 

Fonte:

http://www.comciencia.br/entrevistas/frameentr.htm

http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/funcoes.html

http://www.dpi.inpe.br/gilberto/

http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/index.html

http://www.dpi.inpe.br/spring/usuario/intro.htm

http://www.dpi.inpe.br/spring/usuario/analise.htm acesso em julho de 2002