Aeronáutica

Tucano

O T-27 Tucano é um treinador turboélice que inovou o mercado ao introduzir, entre outras novidades, assentos ejetáveis Martin Baker BR8LC em seu equipamento. Sua cabine é muito avançada para um avião de treinamento básico e visa a familiarizar o Cadete, antecipadamente, com os controles dos caças a jato. Operados como treinadores em Pirassununga, na Academia da Força Aérea, os Tucanos da FAB também equipam Esquadrões de Ataque ao Solo, na sua versão designada AT-27. Além das missões de Treinamento e Ataque, os Tucanos são utilizados pela Esquadrilha da Fumaça em exibições no Brasil e no exterior. É produzido sob licença na Inglaterra pela Shorts Brothers, recebendo o nome de Shorts Tucano e também pela Aol de Kadar, no Egito. O Tucano ocupa de forma brilhante a posição mais destacada no mercado internacional de aeronaves treinadoras básicas, pelo seu alto desempenho, segurança e robustez.

 

O EMB 312 Tucano, considerado o “best-seller” da Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER), é o único monomotor turboélice de sua categoria projetado e desenvolvido especificamente para treinamento militar. As forças aéreas de diversos países já o testaram nessa missão, tendo sido aprovado sem restrições. A história do Tucano tem sua origem na necessidade de formação de pilotos com um grau de adestramento elevado, tendo em vista a evolução dos aviões de combate. Os pilotos que saem das Academias Militares devem ter experiência suficiente para levar com segurança os modernos aviões a jato durante o serviço ativo. E, por isso, alguns países começaram a formar seus pilotos diretamente em aviões a jato, sem passa-los pelo estágio dos aviões à hélice. Ficou comprovado porém que esse sistema não funcionava, pois o cadete formado em jatos sentia dificuldade em adaptar-se à propulsão por hélice. Sob encomenda da FAB (Força Aérea Brasileira), a Embraer começava então em 1979 o desenvolvimento do projeto que se concretizou em 1983. A partir de então o Tucano é utilizado na formação dos Cadetes do Ar.

O EMBRAER EMB.312 nasceu de uma solicitação do Ministério da Aeronáutica brasileiro à empresa, a fim de que se projetasse um treinador básico que pudesse substituir os Cessna T-37C, então em uso na Força Aérea Brasileira. Projetado em 1978 sob a direção de Joseph Kovacs, o EMB.312 é um monomotor turboélice, asa baixa, equipado com uma turbina Pratt&Whitney Canada PT6A-25C de 750shp, a qual gira uma hélice tripá, com estudante e instrutor sentados em tandem sob uma capota única, abrindo lateralmente. Os assentos ejetáveis são dispostos de tal forma que o instrutor, sentando atrás, em posição mais alta do que o estudante, tem visibilidade quase que completa à frente.

Em 6 de dezembro de 1978 o Ministério da Aeronáutica e a EMBRAER celebraram um contrato inicial de desenvolvimento, incluindo dois protótipos e dois exemplares para teste de fadiga. O primeiro protótipo decolou pela primeira vez no dia 16 de agosto de 1980, ostentando a matrícula FAB 1300; já o segundo protótipo, FAB 1301, realizou seu primeiro voo em 10 de dezembro do mesmo ano. Um terceiro protótipo, incorporando as modificações previstas para incorporação nos modelos de série, recebeu a matrícula civil experimental PP-ZDK, e voou em 16 de agosto de 1982.

O EMB.312 foi batizado de “Tucano”, o qual foi sugerido por um cadete da Academia da Força Aérea, e recebendo a designação T-27 na FAB (ou AT-27, para aqueles utilizados em missões de ataque leve), foram adquiridos 168 exemplares, com a entrega dos seis primeiros exemplares – destinados a equiparem a Esquadrilha da Fumaça – tendo ocorrido no dia 29 de setembro de 1983.

O Tucano foi um sucesso no mercado internacional de treinadores turboélice, oferecendo um “cockpit” com instrumentos dispostos de forma semelhante aos modernos caças a jato, demonstrando ser econômico em operação. Mais de 800 exemplares já foram vendidos e equipam, hoje, as forças aéreas da Argentina, Egito, França, Iraque, Paraguai, Perú, Venezuela e, na versão fabricada sob licença pela Shorts Bros., é utilizado pela Grã-Bretanha, Kuwait e Quênia. O Egito fabricou o Tucano sob licença e também o exportou para o Iraque.

 

Fonte:

http://www.aer.mil.br/aeronaves/tuclink.htm

http://sites.uol.com.br/naumann/tucano.htm

http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/port/t-27.html

 

Acesso em março de 2002