Agropecuária

Vitacanis

Probióticos é o oposto de antibiótico. Em vez de combater os sintomas das doenças, os probióticos são baseados na prevenção proporcionada por microrganismos vivos que ajudam a equilibrar a microbiótica intestinal de animais e homens, prevenindo distúrbios gastrointestinais, evitando doenças derivadas do estresse e fortalecendo o sistema imunológico. A maior vantagem é a chance de substituir os antibióticos ministrados como suplementar a animais. Pesquisas nas décadas de 70 e 80 associaram o uso de antibióticos em animais destinados à alimentação com efeitos colaterais na saúde humana. Nos países desenvolvidos a vigilância da opinião pública pressionou os legisladores, que em muitos casos, proibiram o uso de antibióticos na ração animal. A consequência natural foi um grande incentivo às empresas que pesquisam probióticos, como as multinacionais Nestlé, Altech e CHR Hansen.

 

Adicionados a rações desde a década de 40, os antibióticos foram tidos inicialmente como aliados na conservação da saúde e no desenvolvimento dos animais. Mas com o passar do tempo observou-se que as dosagens tinham que ser sistematicamente ampliadas para chegar aos mesmos resultados de antes, reflexo da progressiva resistência das bactérias. Em função da progressiva condenação da opinião pública e da magnitude dos gastos públicos no combate aos graves problemas derivados do uso indiscriminado de antibióticos, os sistemas de regulação do mercado e da concorrência nos países desenvolvidos passaram a focalizar tal problemática. Assim, já nas décadas de 70 e 80 do presente século começaram a aparecer legislações em diferentes países que coibiam o uso de antibiótico na alimentação animal. Neste momento surgem os probióticos e legislações de prevenção contra o uso de antibióticos na alimentação animal. No Brasil a portaria 159 de 1992 proibiu a administração de determinadas substâncias, como tetraciclinas e tetramicinas, mas deixou uma série de alternativas que continuam difundidas no país o que constitui fator restritivo da competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional. Os microrganismos vivos são a matéria-prima dos probióticos. Dessa forma, o isolamento e a caracterização da bactéria do TGI é uma das etapas cruciais para que se possa avançar no processo de produção de qualquer probiótico. Ao isolamento e caracterização, segue-se a etapa de seleção das cepas de bactérias de maior potencial para uso em probióticos. Ao fim dessas duas etapas, torna-se possível desenvolver os procedimentos de proliferação do microrganismo e de seu acondicionamento em veículo apropriado. As pesquisas mostram que era preciso buscar um equilíbrio entre bactérias benéficas e patogênicas que habitam o trato gastro intestinal. Passo fundamental desse processo é selecionar as bactérias com maior potencial para uso em probióticos, criando a partir daí procedimentos de proliferação e do acondicionamento dos microrganismos em veículos apropriados. Uma das primeiras instituições brasileiras a se dedicar aos probióticos foi a Universidade de Viçosa, onde a bióloga Elinalva Maciel Paulo fez mestrado sobre “Isolamento, caracterização e seleção de lactobacilos acidófilos proveniente de fezes de suínos para usos probióticos”. A pesquisadora foi convidada pela empresa mineira Biotecnal para trabalhar no desenvolvimento de probióticos para uso animal, algo inédito no país até então. Bem sucedido, o trabalho resultou na aquisição da Biotecnal por uma multinacional dinamarquesa.

Com a intermediação da Incubatec, a Microbiol. estabeleceu contatos com o Grupo de Investidores da Bahia – GIB, uma EPC baiana, formada originalmente por funcionários da Caraíba Metais, que, em busca de oportunidades de negócio com bom potencial de retorno, havia entrado em contato com a Incubatec no primeiro semestre de 1998. Para subsidiar a decisão de investimento, o GIB mandou realizar uma pesquisa de mercado dos produtos da Microbiol. – Vitacanis e Bionte. Essa pesquisa indicou a viabilidade mercadológica desses produtos, desde quando o foco de mercado fosse ampliado para incluir, além da Bahia, outros Estados, principalmente do Sul e Sudeste. Ainda ao longo do período de prospecção de informações para dar suporte à decisão de investimento, representantes do GIB, entre os quais se encontrava o Sr. Takasy Hashimoto que viria mais tarde a ser sócio-gerente da Microbiol., participaram de uma feira internacional de produtos e equipamentos veterinários em São Paulo. Nessa feira, tiveram oportunidade de entrar em contato com o Laboratório Bio-Vet S/A, empresa com mais de 40 anos no mercado brasileiro e com sólida rede de distribuição, que se transformaria, posteriormente, na distribuidora dos produtos da Microbiol. no mercado nacional.

 

Fonte:

Tecnologia & Inovação para a indústria, Sebrae, 1999, página 62

http://www.teiadehipertexto.fib.br/materia1-encubadora.htm

http://www.anprotec.org.br/locusespecial/4.htm

Acesso em julho de 2003